Na caixinha de papelão, original da fábrica, ainda estão
guardadas as tirinhas de tecido com as letras iniciais dos nomes de meus irmãos
e primos . Era assim que marcavam nossas roupas, única maneira possível de
recupera-las, dentre as milhares de peças deixadas para trás, em casa de minha
avó, depois das férias de verão. Me
lembro das tias reunidas na sala de costura, e entre conversas e lanchinhos
deliciosos, cada uma com sua agulha, marcava as roupas dos filhos. As roupas de
meus avós e bisavós também eram marcadas com letrinhas, mas aí o objetivo era
garantir que depois de entregue na lavanderia as roupas voltariam para seus
donos.
Mas as iniciais bordadas em tirinhas de pano de algodão não
eram as únicas letras que marcaram minha infância. Havia monogramas nas toalhas
de mesa, lençóis, fronhas, colchas e toalhas de banho. Estes monogramas não
se compravam a metro, eram bordados um a um. Os mais sofisticados eram
encomendados a costureiras especialistas no oficio e os mais simples cuidadosamente
bordados em casa. Também
bordei monogramas nas roupas de minha filha, não eram tão sofisticados, mas
resolviam o mesmo problema, garantir as peças de volta no armário
Herdei este livro de minha avó.
Nenhum comentário:
Postar um comentário